O caráter gráfico que se evidencia pelas escolhas cromáticas acompanhadas por essa constante gradação de tons, parece ter referência tanto em anúncios de revistas, embalagens de produtos esportivos, quanto nas cores presentes no universo virtual da internet com o qual lidamos diariamente.
Ao optar pela linguagem dos recortes, como frames, explorando detalhes de um todo, o artista realiza um processo de síntese através do qual opera uma transmutação da realidade. Assim, o que era comum ganha nas telas nova conformação, pulsante e geometrizada, fazendo surgir uma nova realidade. Calma, pontuada pelo do ritmo do gesto que cria as faixas que a atravessam, num estranho mantra, como numa meditação em cima do banal. Num processo circular entre a visualidade, aquilo que alimenta o olhar, é planificado para retornar novamente ao mundo.
Trecho retirado do texto “Pintura Ritmada” por Leda Catunda para o catálogo da exposição “California”