No começo dos anos 60, simultaneamente ao que ocorria nos estados Unidos e na Europa, surgiram as primeiras manifestações da arte contemporânea brasileira. Ao longo dos últimos 45 anos nossa produção visual configurou uma rede inteligível de obras e de ações contemporâneas que poderiam ser inscritas e, em alguns casos, já se inscrevem, no debate internacional. Entretanto essas transformações não são um fenômeno restrito à esfera das artes. Elas se manifestam, hoje, em todas as áreas da produção, do pensamento e do comportamento humano.A arte estético-contemplativa, cuja origem remontava à Renascença, vem perdendo terreno para novas formas de apreensão, mais ético-políticas, menos artísticas, mas certamente mais próximas da vida e da sensibilidade da vida atual.Ainda assim o uso de meios legados pela arte do passado como a pintura e o desenho, renovados, continuam à disposição dos artistas, junto às novas mídias.A fotografia, o vídeo e o filme em película, que antes pertenciam a campos correlatos, mas separados das artes plásticas, passaram a ser utilizados pelos artistas contemporâneos, embora de modo diverso daquele consagrado em seus campos de origem. Sem falar do transbordamento para espaços e suportes antes não reconhecíveis como pertencentes às artes.SIM, contudo, apresenta em sua mostra inaugural obras contemporâneas, produzidas basicamente a partir da pintura - Delson Uchoa (AL), Gustavo Speridião,( RJ), Gonçalo Ivo (RJ), Kboco (SP), Paolo Ridolfi (PR), Paulo Pasta (SP), Rafael Alonso (RJ) e Tiago Tebet (SP) e da fotografia - Cássio Vasconcellos (SP) , Claudio Edinger (SP) e Juliana Stein (PR). Integram também a exposição trabalhos de artistas que habitualmente lançam mão de diferentes meios técnicos, tais como Bruno Vieira (PE) e suas paisagens sobre persianas, Eliane Prolik (PR), com obras da série deformicas, Gilvan Nunes (RJ), com desenhos digitais e porcelanas, João Machado (RJ), com recortes sobre livros, além de uma colagem de Leda Catunda (SP).
Fernando Cocchiarale, RJ, 2011.