Ascânio MMM
Ascânio Maria Martins Monteiro (Fão, Portugal 1941). Escultor, pintor e arquiteto. Reside no Rio de Janeiro desde 1959. As emblemáticas experimentações volumétricas com ripas de madeira em módulos pintados na cor branca e organizadas a partir de eixos iniciam-se já durante os anos 1970. As esculturas são compostas por progressões verticais e horizontais que se arranjam matemática e visualmente perante o espectador. Durante os anos 1980, a inserção de madeiras como o feijó, ipê, mogno em seu estado cru gera nossas possibilidades para esculturas e relevos, em combinações de cheios e vazios. Mais adiante, sua pesquisa, priorizando a abstração construtiva, explora as potências da indústria, a partir da introdução de materiais como o arame e alumínio. A escala das obras é ampliada, e esculturas públicas são comissionadas para as cidades de Lisboa, Tóquio, São Paulo e Rio de Janeiro.
O pensamento arquitetônico pressupõe atenção à volumetria nascida da geometria. Ascânio MMM projeta e executa a obra escultórica associando o rigor matemático à intuição lírica, com resultado harmônico. Sua filiação estética – a abstração geométrica – é vinculada ao pensamento moderno da arquitetura e urbanismo, como o sistema modular para escala humana do arquiteto suíço Le Corbusier. Também acomoda a influência das vanguardas de arte concreta e neoconcreta dos anos 1950 e 1960, como dos artistas brasileiros Lygia Clark, Hélio Oiticica, o suíço Max Bill e o francês Jean Arp .
Nas esculturas desenvolvidas nos anos 2000, o olhar atravessa-as. A resistência e permanência são possíveis pela característica do material, que é reorganizado em sua escala e forma pelas mãos do artista. Nos trabalhos mais recentes, o alumínio torna-se maleável pelo uso de argolas de tamanhos variados, fixados em diferentes superfícies. A gravidade permite que as formas descendam e atravessem planos espaciais. A escultura adquire imaterialidade e imprevisibilidade.
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