Thalita Hamaoui
Thalita Hamaoui (São Paulo, 1981) formou-se em artes plásticas na Fundação Armando Alvares Penteado, em 2006, sob a orientação de Sandra Cinto, com pesquisa no campo da escultura. Integrou grupos de estudos e acompanhamento com artistas como Bruno Dunley, Marco Gianotti, Rodolpho Parigi e Regina Parra, além de ter participado, em 2018, do programa de residência artística do Pivô. No início de sua trajetória, dedicou-se longamente à estamparia, atividade que sempre a influenciaria. Foi com o design têxtil que suas formas orgânicas começaram a surgir, sendo seu principal interesse a dedicação demorada ao desenho e às cores dos tingimentos.
Em 2013, Hamaoui passou a focar mais sua pesquisa na pintura, por meio da aquarela e do guache. Todavia, foi na experimentação com tinta a óleo que a artista atingiu a potência de sua gestualidade. Em seus primeiros trabalhos no meio, elementos como casas e pessoas ainda habitavam formalmente as composições, mas sempre de maneira secundária – a paisagem completamente tomada pela natureza já era sua personagem central. Essas paisagens que ainda hoje constrói são fantásticas, quase delirantes, nas quais formas orgânicas se apresentam em cores intensas e camadas de diferentes texturas, criando uma atmosfera inebriante.
Suas telas são normalmente produzidas de maneira simultânea, tomando por completo as paredes do ateliê. Algumas demoram meses até serem resolvidas, enquanto outras são finalizadas com muita urgência, imediatez. Hamaoui nunca abandona um trabalho. Ao iniciar duas ou três pinturas ao mesmo tempo, cria um diálogo formal entre elas, que se tornam paralelamente singulares e integrantes de um todo. Dessa forma, a artista vai elaborando um repertório imagético que se repete, mas também se renova, como quem cria um vocabulário próprio dentro das paisagens internas que se erguem pela tinta. Essas formas também são vivas, sempre na iminência da transformação, e provocam movimentos constantes do olhar, que passeia e circula de maneira fluida pela superfície, sem muito distinguir figura e fundo.
Thalita Hamaoui foi selecionada pelo edital do Centro Cultural São Paulo de 2017, realizando “Um Passo Irreparável”, sua primeira exposição individual. Entre outras mostras solo estão “Auroras” (2024), Simões de Assis, Balneário Camboriú; “A terra e o devaneio da vontade” (2023), Museu de Arte Contemporânea do Paraná, Curitiba; “Gaia: seu corpo, sua carne, seu sopro” (2023), Simões de Assis, São Paulo; “Virá” (2022), Simões de Assis, Curitiba; “A Borda do Mundo” (2020), Galeria Nave, e “Oferenda” (2019) no ateliê Marilá Dardot, com acompanhamento crítico da artista e de Cristiana Tejo – ambas em Lisboa, Portugal. Dentre participações em coletivas destacam-se “Sublime Spirit” (2024), Marianne Boeksy Gallery, Nova York; “O mar que eu sou” (2023), Simões de Assis, Balneário Camboriú; “Mãe”, 55 SP Espaço Cama, São Paulo; “Mothering” (2022), Kupfer Project, Londres; “Emotional Landscapes” (2021) com curadoria de Gisela Gueiros; “Um retrato para um novo mundo” (2021), Casa da Luz, São Paulo; “Mutirão”, Now here (2021), Lisboa; “The Land of no evil” (2019), Off Shoot Gallery, Londres; Infinitess (2019), Lazy Susan Gallery, Nova York; “Zona de coexistência” (2019), um diálogo com a coleção de Duda Miranda, “Áurea” (2018), LÁFF, Hamburgo e “Procession” (2016), Folley Gallery, Nova York. Possui trabalhos nas coleções: Museu Nacional de Belas Artes – MNBA e Coleção Ricardo Britto.
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