Cícero Dias
Cícero Dias, um ícone da arte moderna brasileira, nasceu em Pernambuco em 1907 e viveu o século XX em sua plenitude. Falecido em 2003, seu corpo mortal repousa em Paris, no lendário cemitério de Montparnasse, junto às glórias da França, mas, sua obra imortal paira, eternizada, além do oceano, sobre a grandeza do Brasil.
Revelado em 1928, na sua primeira exposição no Rio de Janeiro, destacou-se ao lado de Tarsila do Amaral, Ismael Nery e Di Cavalcanti, integrantes da Semana de Arte Moderna de 22.
Em 1937, mudou-se para Paris e aproximou-se da vanguarda européia, entre eles Picasso, Léger e o poeta Paul Éluard, que sobre ele escreveu: Eu encontrei Cícero Dias, o brasileiro, na casa de Pablo Picasso, o espanhol. É Paris que lhes conserva suas luzes, sua razão de ser: a luz do Brasil, a luz da Espanha, a exuberância o rigor.
Com a guerra, instala-se em Lisboa em 1942 e sua obra passa por uma mudança radical. Simplifica o desenho, usa pinceladas fortes, tonalidades e cores intensas que o leva a despedir-se da figuração, a caminho da abstração. Seu abstracionismo, é vibrante, quente e luminoso, próximo à Kandinsky.
Em 1945, retorna à Paris e integra-se à Escola de Paris, ao Groupe Espace e à Galerie Denise René.
“No Brasil, o movimento construtivista só começou ao final da década de 1940. Seu verdadeiro e primeiro pioneiro foi Cícero Dias que em 1946, na capital francesa, começou pintar telas rigorosamente geométricas”. Afirma o crítico Antonio Bento.
É autor dos primeiros murais de arte abstrata da América Latina. Em 1949, participou da inauguração do Museu de Arte Moderna de São Paulo.
A partir da década de 1950 teve intensa participação em exposições em museus e bienais internacionais, entre elas: Bienal de Veneza; Bienal de São Paulo; Museu de Arte Moderna de Paris; sala especial no Pavilhão do Brasil na Exposição Universal de Bruxelas – 1958.
Na década de 1950 teve intensa participação em mostras internacionais, entre elas: XXV e XXVI Bienal Internacional de Veneza; 1ª Bienal Internacional de São Paulo; Salão de Maio no Musée d´Art Moderne de Paris; exposição do Groupe Espace no Musée de Biot, na França e Escola de Paris, no Museu de Arte Moderna de São Paulo e Museo de Arte Moderno de Buenos Aires. Sala Especial no Pavilhão do Brasil na Exposição Universal de Bruxelas, em 1958. Em 1960 participa da mostra Artistas Brasileiros no Musée d´Art Moderne de la Ville de Paris.
A obra de Cícero Dias, uma das mais intrigantes e inexplicáveis da arte brasileira, tem sido cada vez mais objeto de estudos em simpósios e teses em universidades brasileiras e do exterior. Tanto o período de sua fase modernista quanto o período abstrato da época de sua participação na École de Paris já foram objetos de amplos estudos acadêmicos e teóricos, que lhes rendeu incontestável reconhecimento no âmbito nacional e internacional.
Possui trabalhos em importantes coleções como Centre Georges Pompidou, Paris; Museum of Fine Arts, Houston; Musée André Malraux, Le Havre; Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia, Madri; Fundação Cisneros, Caracas; Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires; Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro; entre outras.
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