Paulo Pasta
Paulo Augusto Pasta (Ariranha, São Paulo - 1959). Pintor, desenhista, ilustrador e professor. Aos 13 anos, no ateliê improvisado ao lado da casa dos pais, começa seus primeiros exercícios de pintura sob influência de traços e cores de Matisse, Monet, Van Gogh e Mondrian. Durante a juventude, foi aluno de Carlos Fajardo e Luiz Paulo Baravell. Ao longo dos anos 1980, estuda gravura com Regina Silveira e pintura com Carmela Gross. Nesta década, passa a ter um contato mais estreito com as pinturas de Almeida Júnior, Castagneto, Parreiras, e pintores do Grupo Santa Helena, em especial, Alfredo Volpi. Seus desenhos e pinturas, nessa época, retratavam, pela memória, as paisagens de canaviais de sua terra natal. Cria obras abstratas, nas quais utiliza uma gama cromática reduzida, explorando variações tonais. Pasta, por meio de ligeiras arranhaduras na última camada de tinta da tela, cria formas que se aproximam às de frontões, ânforas e colunas. Para o historiador da arte Rodrigo Naves, há nesses trabalhos um quê de nostalgia. Há também nas obras do artista um jogo tonal, espécie de cor primeira que contém outras, que se insinua insistentemente, mas os tons e as pinceladas obedecem apenas ao equilíbrio interno da obra.
Nos anos 1990, seu trabalho modifica-se e grande parte de suas pinturas tem como motivo algo que lembra um chão ladrilhado com cacos. Esses quadros não levam o olhar do espectador para o horizonte, mas o remetem a obstáculos e a um espaço que não se deixa ver com nitidez. Em trabalhos iniciados em 1994, apresenta mais contrastes de cor, o espaço se amplia e as estruturas tornam-se mais ordenadas. Permanece porém a atmosfera espessa, a densidade das pinturas anteriores. A pintura de Paulo Pasta, para o crítico Rodrigo Naves, propõe ao observador uma experiência: ela porta uma espécie de vagar, pede uma suspensão temporal para que o olhar possa se deter morosamente pelas passagens tonais e pelas formas, em lento movimento de diferenciação.
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