Antonio Dias
Antonio Dias (Campina Grande, PB, 1944-2018, Rio de Janeiro, RJ), iniciou sua carreira na década de 1960, a partir de abordagem crítica frente ao cenário político vigente nacional, por meio de pinturas, desenhos e assemblages típicas do Neofigurativismo e da Pop Art brasileiros. Suas obras anunciavam um forte aspecto corpóreo, negando a homogeneidade por meio de texturas, relevos e rupturas. Ainda que sua produção dialogue com o movimento concretista, foi alçado à posição de um dos representantes da Nova Figuração brasileira.
Ao auto-exilar-se em Paris em nesta mesma década, entra em contato com nomes do movimento de vanguarda italiano "Arte Povera", como Guilio Paolini. Neste momento seu trabalho volta-se progressivamente a abstração e a uma abordagem mais conceitual, através dos mesmo suportes, além de vídeo, filme e livros de artista. Sua obra explora paulatinamente o erotismo, opressão política e a crítica ao sistema da arte, de modo mais ou menos explícito. O artista incorpora a escrita como elemento gráfico e semântico, intensificando as relações entre artes visuais, poesia e cinema.
Durante a década de 1980, Dias volta-se aos experimentos com pigmentos metálicos e minerais (ouro, cobre, óxido de ferro, entre outros) na pintura. Um amplo leque de símbolos permeiam este período, como ossos, cruzes, formas geométricas e falos - remetendo à produção dos anos iniciais.
Importantes coleções institucionais pelo mundo abrigam suas obras, tais como o Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires (MALBA), Buenos Aires, Argentina; Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP), São Paulo, Brasil; Museum of Modern Art (MoMA), Nova York, Estados Unidos; Daros Latinamerica Collection, Zurique, Suíça; Instituto Itaú Cultural, São Paulo, Brasil; Museum Ludwig, Colônia, Alemanha.
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